Cientometria: Estudos métricos da informação científica

Tempo de leitura: 11 minutos

Você já ouviu falar sobre um campo da ciência, denominado de Cientometria também conhecida como, Cienciometria?

Ainda não!

Mas, certamente você graduando, pós-graduando ou pesquisador já ouviu falar em: índice H, fator de impacto, dentre outros termos relacionados com esta ciência, certo!

O artigo dessa semana te ajudará a compreender a relevância das pesquisas realizadas por um país, universidades ou centros de pesquisas, ou até mesmo por um pesquisador específico.

Vamos lá! Entender a cientometria.

Cientometria: o estudo quantitativo da atividade científica

A Cientometria, utiliza métodos matemáticos e estatísticos na investigação da produtividade e popularidade científica.

Ou seja faz a mensuração de pesquisas científicas.

Porém, o uso de métodos estatísticos e matemáticos para mapear informações científicas, a partir de registros bibliográficos, como: livros, periódicos, artigos, não constitui fato novo.

De fato, as técnicas matemáticas e estatísticas são utilizadas em diversas áreas da ciência, há muitos anos.

E fornecem dados e informações úteis para os estudos conduzidos no âmbito da sociologia da ciência.

Os estudos métricos da informação científica dependem da matemática e estatística.

Qual o objetivo da Cientometria?

Portanto, o objetivo da cientometria é promover a aproximação de pesquisadores provenientes de diversas áreas da Ciência.

Afim de manter uma ampla discussão e colaboração entre pesquisadores em nível internacional.

Dentre os seus temas de interesse, a cientometria investiga:

  • o crescimento quantitativo da ciência;
  • o desenvolvimento de disciplinas e subdisciplinas;
  • a relação entre ciência e tecnologia;
  • a antiguidade dos padrões;
  • a estrutura de comunicação entre cientistas;
  • a produtividade e criatividade dos pesquisadores;
  • as relações entre desenvolvimento científico e crescimento econômico, etc.

As leis cientométricas

Em ciência, lei designa uma teoria testada muitas vezes, cuja precisão não restam dúvidas.

Portanto ela tem sido utilizada como sinônimo de princípio ou regra.

Neste sentido, podemos destacar que no campo da cientometria existem três leis de extrema importância para o seu desenvolvimento, são elas:

  • Lei de Lokta;
  • Lei de Zipft;
  • Lei de Bradford

Cada uma destas leis, por sua vez serve para medir os diferentes aspectos da documentação, e leva o nome de seu idealizador.

Lei de Lokta

A Lei de Lotka, também conhecida como Lei de Lotka-Lokta, é um modelo matemático que descreve a distribuição da produtividade dos autores em uma determinada área de pesquisa, ou em um determinado campo científico.

Essa lei foi inicialmente desenvolvida para descrever a distribuição de publicações científicas, mas pode ser aplicada a outras áreas.

De acordo com a Lei de Lotka, a produtividade dos autores em uma área específica segue uma distribuição de energia inversa.

Isso significa que a maioria dos autores produz um número relativamente pequeno de trabalhos, enquanto um pequeno número de autores produz um grande número de trabalhos.

Especificamente, a Lei de Lotka estabelece que a produtividade dos autores é inversamente proporcional ao quadrado do número de trabalhos produzidos.

Essa lei tem implicações importantes para a avaliação da produção científica.

Assim como para a identificação de pesquisadores que fazem contribuições significativas em suas áreas de pesquisa.

Por exemplo, a aplicação da Lei de Lotka pode ajudar a identificar os pesquisadores mais produtivos e influentes em uma área.

Também pode ajudar a avaliar o impacto de uma revista científica, ou de uma instituição de pesquisa.

No entanto, é importante notar que a Lei de Lotka é uma simplificação, e não se aplica perfeitamente a todas as áreas de pesquisa ou a todos os tipos de publicações científicas.

Além disso, a aplicação da Lei de Lotka deve ser feita com cautela e não deve ser usada como a única medida para avaliar a qualidade da pesquisa ou a produtividade dos pesquisadores.

Lei de Zipft

Já a lei de Zipft consiste na medida da frequência do aparecimento de palavras em diversos textos, gerando uma lista ordenada de palavras de uma disciplina ou assunto.

Ela é nomeada em homenagem ao linguista George Kingsley Zipf, que a identificou pela primeira vez.

A Lei de Zipf estabelece que a frequência de uma palavra é inversamente proporcional ao seu rank na lista de frequência.

Ou seja, a palavra mais frequente ocorrerá aproximadamente duas vezes mais do que a segunda palavra mais frequente, três vezes mais do que a terceira palavra mais frequente e assim por diante.

Quanto a sua aplicação, frequentemente usamos esta lei na análise de grandes conjuntos de dados textuais, como: análises de palavras-chave em motores de busca, classificação de documentos e análise de textos literários.

Portanto, a Lei de Zipf tem implicações importantes na teoria da informação, e na compreensão de como as palavras são distribuídas em diferentes tipos de textos.

Lei de Bradford

Por fim a Lei de Bradford descreve como os artigos científicos de um determinado assunto são distribuídos entre as revistas científicas.

Ela foi criada por Samuel C. Bradford, em 1934, e é amplamente utilizada na área de cientometria.

De acordo com a lei de Bradford, a literatura científica de um campo de estudo pode ser dividida em três zonas:

  • zona nuclear;
  • zona intermediária e a;
  • zona periférica.

A zona nuclear é composta pelos principais periódicos do campo, que contêm um grande número de artigos sobre o assunto em questão.

Já a zona intermediária é formada por um número menor de periódicos, que contêm um número médio de artigos sobre o assunto.

E por fim a zona periférica é formada por um grande número de periódicos, que contêm poucos artigos sobre o assunto.

A lei de Bradford afirma que o número de periódicos em cada zona segue um padrão exponencial.

Ou seja, o número de periódicos na zona intermediária é cerca de três vezes maior que o número de periódicos na zona nuclear.

E o número de periódicos na zona periférica é cerca de dez vezes maior que o número de periódicos na zona nuclear.

A aplicação da lei de Bradford pode ser útil para pesquisadores na identificação dos principais periódicos em um campo de estudo, ajudando a direcionar sua busca por literatura científica relevante.

Além disso, a lei de Bradford pode ser usada para planejar a busca em bases de dados bibliográficos, evitando uma busca excessiva em periódicos periféricos, e pouco relevantes para o tema de pesquisa.

Tais leis, nascidas no âmbito da bibliometria, passaram a constituir o núcleo da cientometria. 

Indicadores cientométricos

A cientometria utiliza indicadores cientométricos para medir as ações sistemáticas.

Os indicadores por sua vez têm relação com a produção, difusão, transferência e aplicação dos conhecimentos científicos e tecnológicos.

Esses indicadores consideram o processo social da ciência, onde as ações e procedimentos dependem do contexto em que estão inseridos.

Os indicadores cientométricos auxiliam a ciência mundial.

De forma geral, os indicadores cientométricos representam uma medida ou um índice que permite avaliar, ou acompanhar o desempenho de um fenômeno, da sua natureza, do seu estado e evolução.

Além disso, são ferramentas úteis para medir os resultados das pesquisas científicas, tendo em vista que o registro e a divulgação.

Dessa forma podemos dividir os indicadores cientométricos em dois grupos:

  1. aqueles que medem a qualidade e o impacto das publicações (indicadores de publicação);
  2. os que medem a quantidade e o impacto dos vínculos (indicadores de citação.)

Sendo assim, a transmissão e divulgação do conhecimento científico ocorre por meio de publicações como: artigos científicos publicados em revistas, livros, documentos eletrônicos, etc.

Em suma, destaco aqui alguns indicadores ou índices da cientometria são eles:
  1. fator de impacto;
  2. índice de citação;
  3. índice de co-autoria;
  4. índice de co-citação, e;
  5. índice H.

Fator de Impacto

O fator de Impacto, o mais conhecido dos índices cientométricos é um indicador utilizado para calcular o número médio de citações recebidas por uma revista científica.

Neste sentido, o fator de impacto é calculado por meio da relação entre o número de vezes que a revista foi citada, e o número de artigos que ela publicou num determinado período de tempo (normalmente dois anos).

Assim, este indicador tem por finalidade descobrir o impacto dos periódicos na comunidade científica.

O fator de impacto dos periódicos é publicado anualmente no Journal Citation Reports (JCR), e pela Thomson Reuters.

Entretanto, o uso deste indicador vem sendo alvo de inúmeras críticas, por parte da comunidade científica incluindo a discussão mais geral sobre a sua utilidade para medir citações. 

Índices de co-autoria e de co-citação

Os indicadores de co-autoria classificam-se como indicadores de colaboração.

Em resumo o seu objetivo é analisar, sobretudo, redes sociais colaborativas estabelecidas entre pesquisadores, instituições, países, entre outros.

Tais indicadores utilizam, principalmente, técnicas de análise de co-autoria (no caso de artigos) e de co-invenção e co-propriedade (no caso de patentes).

Em contrapartida, os índices de co-citação, representam como a frequência com que dois documentos são citados ao mesmo tempo, em um ou mais artigos que tratam do mesmo tema.

Mostram, portanto a representatividade destes documentos e de seus autores para uma determinada área.

Dessa maneira, a análise de co-citação é o único método que se destina a estudar a estrutura cognitiva da ciência. 

Índice-H

Outra medida que vem ganhando importância nos últimos anos é o índice-H.

Tal indicador é conhecido também como H-Index, e foi criado em 2005, pelo físico Jorge Hirsch, da University of California.

Além disso, o indicador considera que um cientista terá um índice H “n”, se tiver um número igual ou superior de citações ao número total de artigos publicados, para cada artigo.

Em resumo, o índice-H é aplicado a diferentes pesquisadores, quantificando a produtividade e o impacto dos seus trabalhos na comunidade científica.

Sumarizando

Em suma, a cientometria é um tema de grande interesse, não somente em países mais desenvolvidos, mas também naqueles em desenvolvimento.

Neste contexto, a cientometria tem uma importante relevância social e científica.

No sentido de permitir aos diferentes países analisarem e avaliarem suas atividades de pesquisa.

Portanto, as análises cientométricas permitem tanto ter uma visão mais globalizada da atividade científica do próprio país, como estimar sua posição relativa em um contexto internacional.

E, por consequência, elas facilitam a tomada de decisões por parte dos responsáveis pela política científica daquele país.

Assim, toda a sociedade ganha.

Desde já, não deixe de acompanhar o canal Ciência em suma e assim ficar por dentro das novidades do mundo acadêmico e científico.

Clique no vídeo abaixo e entenda a relevância da Cientometria em nossas vidas.

Assista o vídeo no YouTube, clicando aqui: https://youtu.be/gxERGmLbPH4

Conheça meu canal do YouTube: https://www.youtube.com/c/Ciênciaemsuma

Até o próximo artigo.

Beijinhos científicos❤️

Profa. Sumária Silva 🙂

Como citar este post

SILVA, Sumária Sousa. Cientometria: Estudos métricos da informação científica. In: SILVA, Sumária Sousa. Blog Ciência em suma. 07 mar. 2022. Disponível em: https://cienciaemsuma.com.br/cientometria-estudos-metricos-da-informacao-cientifica/. Acesso em: dia mês. 20XX.

Deixe um comentário